sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Hoje é comemorado o dia do diabético

O Diabetes Mellitus é uma doença de etiologia múltipla causada por uma deficiência relativa ou absoluta na produção de insulina, ou pela incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos.
Diabetes é uma alteração na produção do hormônio insulina pelo pâncreas ou uma resistência à ação da insulina pelo organismo. É a insulina que ajuda o organismo a transformar a glicose em energia para o funcionamento do corpo humano. A quantidade de insulina liberada depende de quanta glicose é ingerida. Quanto mais alimentos ricos em carboidratos (doces, batata, arroz, macarrão, biscoitos, bebidas alcoólicas) são consumidos, mais o pâncreas precisa  trabalhar.
Quanto mais cedo o diabetes for detectado, mais chances de controlar a doença e de evitar complicações futuras. Desde o nascimento há medidas de prevenção ao diabetes como o aleitamento materno, que evita a alimentação artificial, rica em açúcares desnecessários nesta fase.
Os dois tipos de Diabetes Mellitus mais freqüentes são o Diabetes Mellitus insulino-dependente ou tipo 1 e o Diabetes Mellitus não insulino-dependente ou tipo 2 (Alvarez, Dalgaard e Luescher, 2005)
Edulcorantes
A maioria dos edulcorantes ou adoçantes dietéticos podem ser usados por diabéticos. É importante sempre consultar os rótulos para não fazer uso de produtos com sacarose, para saber a composição do produto e para saber a ingestão diária admissível –IDA.
Adoçante 
Nome comercial
IDA

Kcal/g
Sacarina /ciclamato
Doce Menor, Sucaryl, Adocyl, Assugrin, Dietil, Holda, Suita
5mg/kg/dia
artificial

Ciclamato /sacarina
Doce Menor, Sucaryl, Adocyl, Assugrin, Suita
Proibido em certos países europeus e nos /EUA
sintético

Steviosídeo
Docévia, Stevita
5,5mg/kg/dia
natural
4kcal/g
Acessulfame k
Línea
15mg/kg/dia
artificial

Frutose
Frutose, Frutak, (frutose + ciclamato)
Limitado
Açúcar natural
4kcal/g
Manitol, Sorbitol e Xilitol
Empregados em confeitos, produtos dietéticos e refrigerantes
Limitado porque  possui baixo poder adoçante e são calóricos

4kcal/g
Sucralose
Splenda
15mg/kg/dia
Derivado da sacarose

New Sugar

Ainda não há recomendação


Aspartame
Finn, Sucret, Aspasweet, Doce Menor, Gold, Zero cal, Cristaldiet, Docylow, Sweet, Sweetline.
50mg/kg/dia
sintético
1kcal/g
(Alvarez, Dalgaard e Luescher, 2005)
Produtos dietéticos
Os alimentos dietéticos devem ser avaliados cuidadosamente antes do consumo, uma vez que nem sempre são destinados aos pacientes diabéticos. Parte dos produtos dietéticos não utiliza carboidratos de ação rápida, mas pode conter grandes quantidades de gorduras e de edulcorantes calóricos, aumentando a energia total ingerida no dia e acarretando prejuízos no controle da doença (Alvarez, Dalgaard e Luescher, 2005).
Produtos diet e light não podem ser consumidos à vontade. Diet é substituição de sacarose por adoçantes e light é redução calórica, geralmente por diminuição de gorduras, o que significa que o alimento light pode ter sacarose.
Situações especiais
Hipoglicemia: neste caso, deve-se oferecer balas, açúcar refinado ou bebida com 2 colheres de sopa de açúcar em ½ copo do líquido, para elevar rapidamente os níveis glicêmicos. Se o paciente estiver em coma hipoglicêmico ou se recusar a colaborar, recomenda-se passar açúcar entre a bochecha e a gengiva, massageando-a por fora. Se necessário, aplicar uma injeção de glucagon (1mg) subcutâneo. A consciência retorna em 5 minutos, permitindo um lanche posterior (Alvarez, Dalgaard e Luescher, 2005).
Atividade física: recomenda-se ingerir alimentos de alto índice glicêmico antes dos exercícios porque disponibiliza glicose mais rapidamente como fonte de energia. Por exemplo abacaxi ( IG = 94%), banana ( IG = 100%), banana cozida ( IG = 121%). Veja em anexo, tabelas de índice glicêmico.
Eventos sociais: a criança não deve ser privada de participar de ocasiões festivas. Se o evento social for noturno, ela poderá substituir o jantar. Deve ser orientada para consumir preparações salgadas e sucos naturais quando possível, ou refrigerante diet, evitando preparações doces. Também deve-se fazer o exame de glicemia para aplicação da dose necessária de insulina e para não suprimir a última refeição noturna (ceia) (Alvarez, Dalgaard e Luescher, 2005).


Contagem de carboidratos
A lista de substituição e a contagem de carboidratos são dois métodos muito usados, especialmente na utilização de insulina ultra-rápida e bomba de infusão. Este uso requer um plano alimentar individualizado, estabelecido por um profissional de nutrição treinado em diabetes. O paciente e seus familiares devem ter um grau de instrução para compreenderem os cálculos necessários à consulta de cardápios, listas de alimentos substitutos e pesagem de alimentos, por isso este método é complicado para ser usado em serviços de saúde pública (Lopez, 2004).
As listas de substituição são baseadas nas porções da pirâmide dos alimentos e seus grupos principais s: pães, massas, cereais e leguminosas, devido à presença importante de carboidratos neste grupo; carne e ovos; leite e derivados; frutas, hortaliças e gorduras. Grande parte dos carboidratos provém de três grupos de alimentos: pães e massas, frutas e leites e derivados. As hortaliças contêm menor quantidade de carboidratos. Alimentos do grupo carnes se gorduras contêm pouca quantidade. Assim, a quantidade média de carboidratos em cada grupo de alimentos por porção está na tabela abaixo:
Grupo
Quantidade de carboidratos
Pães, massas, cereais e leguminosas
15
Frutas
15
Leite
12
Vegetais
05
Carne, frango, peixe
00
Gorduras
00
(Lopez, 2004).
A contagem de carboidratos é uma extensão da lista de substituições, porém centrada nos carboidratos, já que estes são os nutrientes que mais influenciam a elevação glicêmica e, por conseguinte, os requerimentos de insulina (Lopez, 2004).

Uma outra maneira de trabalhar com contagem de carboidratos é conhecer os valores absolutos de carboidratos dos alimentos e preparações através de consulta a tabelas de composição, rótulos de alimentos e serviço de atendimento ao consumidor. (Lopez, 2004).
Bibliografia
1.      ALVAREZ, Marlene Merino; DALGAARD, Haline; LUESCHER, Jorge Luiz. Diabetes mellitus na infância. In: ACCIOLY, Elizabeth; SAUNDERS, Cláudia; LACERDA, Elisa Maria de Aquino. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005. cap. 28. p. 497-510.
2.      LOPEZ, Fábio Ancona; BRASIL, Anne Lise Dias. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. São Paulo:Atheneu, 2004. p. 279-291
3.      CHAMPE, Pámela C. Bioquímica ilustrada. Porto Alegre: Arte Médica Sul, 1996. 2 ed. P. 297-307.
4.      www.jped.com.br  Jornal de pediatria. Rio de Janeiro: 2003. Acesso em: 3 nov. 2006 às 14:00h.
5.      GABBAY, Mônica; CESARINI, Paulo R.; DIB, Sérgio A. Type 2 diabetes in children and adolescents: literature review. www.jped.com.br  Jornal de pediatria. Rio de Janeiro: 2003. Acesso em: 3 nov. 2006 às 15:00h.
6.      DOROSZ, Philippe. Tabelas de calorias e regimes de emagrecimento. Barueri: Manole, 2006.
7.      OLIVEIRA, Reynaldo G. Black book pediatria. 3 ed. Belo-Horizonte: Black Book, 2005. 

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