1. Introdução
Os minerais exercem papel importante em diversas funções e setores do
organismo humano. O corpo humano apresenta em sua composição elementar 96% de
sua parte sólida representados pelos compostos de hidrogênio, carbono, oxigênio
e nitrogênio (proteínas, glicídios, lipídios e água). Os 4% restantes pertencem
aos elementos minerais, dos quais cerca de 2,5% são representados pelo cálcio e
fósforo, cabendo o restante ao potássio, sódio, manganês, magnésio, cloro,
enxofre, zinco, flúor, cobre e outros
minerais. O organismo humano, em condições normais, excreta diariamente cerca
de 20 a
30g de minerais que necessitam de reposição imediata por meio de alimentos,
para a regulação do equilíbrio orgânico.
Os minerais integrram o corpo sob forma sólida, através da rigidez do
esqueleto e dos dentes, assim como nos tecidos moles e os músculos, atuando
ainda como co-fatores em diversos processos enzimáticos, e sob a forma de sais solúveis nos líquidos
orgânicos, agindo como eletrólitos, proporcionando-lhes a acidez e alcalinidade
necessárias. São, portanto, essenciais à manutenção de várias funções de grande
importância fisiológica como na contratilidade muscular, na função dos nervos,
na coagulação sangüínea, nos processos digestivos, no equilíbrio ácido-básico,
no transporte do oxigênio, entre outros.
Os minerais são uma grande classe de micronutrientes, sendo em sua
maioria considerados essenciais. São divididos em macrominerais (elementos de
volume) e microminerais (elementos traço). E mais recentemente, o termo
elementos ultra-traço tem sido usado para descrever os elementos consumidos em
quantidades medidas em microgramas a cada dia. Os macrominerais, tais como
cálcio e fósforo, são necessários em quantidades de 100mg/dia ou mais, enquanto
os microminerais, tais como ferro e selênio, são necessários em quantidades
muito menores, menos de 15mg/dia. E sobre os elementos ultra-traços ainda há
pouca informação científica.
Macrominerais são todos os minerais que existem no organismo em
proporção superior a 0,05% e microminerais, também denominados elementos traço,
são minerais necessários em pequenas quantidades diárias (miligramas ou
microgramas) para manutenção da normalidade metabólica e funcionamento adequado
das células.
Os macrominerais, são os seguintes: cálcio (1,5 a 2,2%), fósforo (0,8 a 1,2%), potássio (0,35),
enxofre (0,25), sódio (0,15%), cloro (0,15%) e magnésio (0,05%)
Os microminerais (ou elementos traço) reconhecidos como essenciais são o
ferro, zinco, cobre, iodo, selênio, cobalto, cromo, manganês e molibdênio. Há
outros, considerados provavelmente essenciais, cujo caráter essencial para o
ser humano ainda não está científicamente comprovado: arsênio, boro, níquel,
silício, vanádio, flúor e estanho.
Os minerais são encontrados nos reinos animal e vegetal sob diversas
formas, concentrações variadas e próprias, pois modificações no seu teor, mesmo
pequenas, podem tornar-se nocivas a certas formas de vida e exercer o papel de
contaminadores, como o mercúrio, o arsênio, o chumbo e outros mais. A toxidade
de certos minerais considerados elementos-traços como o boro, que exerce papel
essencial em plantas, desconhecendo-se essencialidade biológica para outros
minerais que têm sido encontrados sob forma de vestígio em tecidos de origem
animal e vegetal tem sido assunto de importância nas pesquisas atuais. Sob o
ponto de vista ambiental e nutricional, certos minerais têm demonstrado ação
das mais nocivas, como o mercúrio, o chumbo, o cádmio e o arsênio.
2. Desenvolvimento
Macrominerais
1 - Cálcio (Ca) - 1,5 a
2,2% do peso corpóreo - sendo quase a totalidade encontrada no tecido ósseo e
nos dentes (99%) e o restante no sangue e tecidos moles (1%). No osso há
constante deposição, controlada pela tirocalcitonina, e reabsorção de cálcio,
controlada pelo paratormônio.
Função: as funções do cálcio estão diretamente relacionadas à formação dos ossos
e dos dentes, além de participar do crescimento e ser um co-fator regulador em
várias reações bioquímicas. A coagulaçào sangüínea está ligada à presença do
cálcio. A transformação da protrombina em trombina é dependente da presença de
cálcio. Também está envolvido na liberação inicial de neurotransmissores, na
absorção de cianocobalamina, na ação da lipase, na secreção de insulina, etc.
Metabolismo: a absorção de cálcio é um processo ligado a inúmeros fatores que incluem
desde a disponibilidade do cálcio na dieta, a idade, a raça, a presença de
vitamina D, e até o uso de drogas como os barbitúricos. O cálcio é absorvido
por dois mecanismos: difusão passiva e transporte ativo. O processo ativo
precisa de ATP , é mediado por uma proteína transportadora e ocorre na presença de vitamina D. Usualmente apenas
30%, ou pouco menos do cálcio ingerido é absorvido pelos adultos.
Entre os fatores que influenciam positivamente a absorção de cálcio
podem-se citar a vitamina D, a acidez da matéria digestiva, a presença de
lactose, a proteína, o fósforo na alimentação e a necessidade orgânica de
cálcio. Entre os fatores que influenciam negativamente a absorção de cálcio,
pode-se destacar a presença na alimentação de ácido oxálico, ácido fítico e
fibra dietética. Também se relaciona com baixa absorção: presença de
esteatorréia, instabilidade emocional, aumento de motilidade intestinal,
inatividade física, cafeína e drogas, incluindo anticonvulsivantes, cortisona,
tiroxina e antiácidos à base de alumínio.
Níveis plasmáticos baixos de cálcio agem sobre a paratireóide
estimulando a liberação de paratormônio. Este age na vilosidade intestinal, nos
rins e nos ossos. Sua ação no intestino visa aumentar a absorção do cálcio; nos
rins, provoca maior reabsorção de cálcio com maior excreção de fósforo; e nos
ossos, maior reabsorção de fósforo e cálcio. Como conseqüência, há aumento do
cálcio plasmático.
Excreção: a excreção urinária da cálcio é o resultado da quantidade filtrada e da
soma total reabsorvida. Após sua utilização, é eliminado pelos rins,
intestinos, suor, sendo a principal via a renal.
Hipercalcemia: é resultante de uma variedade de causas. Entre elas, súbita ingestão de
potássio por via oral ou intravenosa; acidose aguda; doença de Addison; após
injeção hipertônica de manitol; nos diabéticos com insuficiência de
aldosterona; pela ação do glucagon; pelo bloqueio de receptores
beta-adrenergéticos; pelo uso inadequado de diuréticos poupadores de potássio.
Sinais e sintoma clínicos: náuseas, vômitos, letargia, anorexia, coma, sede,
incoordenação motora, poliúria, bradicardia, hipertensão, fraqueza muscular,
diminuição da função renal crônica.
Hipocalcemia: é o cálcio sérico abaixo de 9mg/dl;
a causa mais comum é a depleção total de cálcio do organismo pelo uso de
diuréticos ou pelo trato gastrointestinal pelos vômitos, laxativos; estimulação
de receptores beta-adrenergéticos; desordens primárias da função renal. A
concentração plasmática pode também cair devido a alguma mudança do balanço
líquido externo, e ocorrer uma depleção como resultado de alcalose saguda,
tratamento com insulina. Os sinais de hipocalcemia são a tetania, parestesias,
largingospasmos, convulsões e principalmente hipersensibilidade muscular
tônico-clônica.
Fontes: os queijos, leite, melado e
hortaliças de folhas verdes escuras como couve, folhas de mostarda e brócolis;
as sardinhas, salmão, moluscos e ostras; a soja. Também a casca de ovo de
galinha, higienizada, dessecada em estufa ou ao sol e reduzida a pó é fonte de
cálcio. É usada em mingaus, sopas e outras preparações culinárias.
Recomendações: os níveis recomendados de ingestão segura de cálcio para crianças e
adultos variam entre 600 e 800mg. Nos períodos de crescimento, gravidez e
lactação, sugerem-se 1200mg/dia.
Curiosidades: imobilidade física - tempo prolongado no leito ou períodos de ausência
de peso durante viagens espaciais promovem perdas de cálcio significantes em
resposta à ausência de tensão ou gravidade nos ossos. Os indivíduos mais velhos
que necessitam de recuperação prolongada com atividade limitada, como aqueles
com fratura de quadril ou outras enfermidades também têm maiores perdas de
cálcio. Muitos estudos mostram que a atividade física promove a saúde dos
ossos.
2 - Fósforo (P) - constitui aproximadamente 1% do peso corpóreo e cerca de 90% do P
encontra-se nos ossos.
Função: mineralização óssea e dos dentes. Também participa do metabolismo
energético, sendo constituinte do ATP. É importante na absorção e transporte de
nutrientes, na regulação da atividade protéica e no balanço ácido-base.
Metabolismo: o metabolismo do P está associado ao do cálcio. O fósforo pode ser liberado de vários compostos que
contêm fosfato pela ação de enzimas intestinais conhecidas como fosfatases,
sendo sua absorção estimulada pela presença de vitamina D. Tanto o fósforo como
o cálcio são metabolizados pelo paratormônio. Quando o nível de fósforo
sangüíneio aumenta o paratormônio, bloqueia a absorção tubular do fósforo e,
dessa maneira, maior quantidade de fósforo é excretada pela urina.
Excreção: Aproximadamente 90% do P absorvido é excretado por via renal, sendo essa
excreção mediada pelo paratormônio.
Hiperfosfatemia: a hiperfosfatemia em adultos é devinida como
uma elevação do fósforo sérico acima de 5mg/dl e é um achado comum em muitos
casos. O excesso em pacientes pode ocorrer trombocitose quando o sangue é
deixado coagular para se obter soro. A coleta sem demora do plasma das amostras
heparinizadas mostrará valores mais baixos.
Excreção
renal diminuída de fósforo se dá pela excreção de urina. A medicação excessiva
de vitamina D e sua produção pelo tecido granulomatoso como na sarcoidose e
tuberculose pode causar o aumento do fósforo.
A
toxicidade é acompanhada de parestesias de extremidades, confusão mental,
sensação de peso nas pernas, hipertensão.
Hipofostamia: se os níveis de P caem abaixo de 2,5mg/dl. Considerando que o P é muito
encontrado na natureza, a deficiência primária é rara. Sua deficiência está
associada à nutrição parenteral total, ao uso freqüente de antiácidos com
hidróxido de alumínio, ao uso de diuréticos e em prematuros.
Fontes: todas as fontes alimentares, vegetais ou animais podem ser consideradas
boas fontes de P.
Recomendações:
Curiosidades: a
hipofosfatemia e deficiência de fósforo são excepcionalmente comuns nos
pacientes hospitalizados gravemente enfermos, sendo vistas em cetoacidose
diabética e abstinência alcoólica.
3 – Potássio (K) - o principal cátion no fluido intracelular, está presente em
pequenas quantidades no fluido extracelular.
Função: junto com o sódio, o potássio está envolvido na manutenção do
equilíbrio hídrico normal, equilíbrio osmótico e o equilíbrio ácido-base.
Juntamente com o cálcio, ele é importante na regulação da atividade
neuromuscular. Ele também promove o crescimento celular. O conteúdo de potássio
no músculo está relacionado à massa muscular e armazenamento de glicogênio,
portanto, se o músculo está sendo formado, um suprimento adequado de potássio é
essencial.
Metabolismo: o metabolismo se dá através da membrana de sódio e potássio que é
determinada pelo potencial de membrana que tende aumentar com a diminuição da
concentração do potássio e diminuir com o aumento da concentração do potássio.
Uma vez que esse processo é invertido com interferência da insulina ocorrerá
alteração na corrente sanguínea, a acidose metabólica devida a ácidos
inorgânicos causa mais saída de potássio do que aquela provocada por ácidos
orgânicos. A acidose causa refluxo de potássio de dentro da célula em virtude
de uma transferência de hidrogênio para dentro da célula em troca do potássio.
Na acidose respiratória, bicarbonato acumula na célula para equilibrar o
hidrogênio que esta chegando, similarmente quando o pH é mantido normal com
baixo bicarbonato, tende mover o potássio para fora da célula.
Excreção: o potássio é prontamente absorvido no intestino delgado. 80 a 90% do potássio ingerido
é excretado na urina e o restante é perdido nas fezes. Os rins mantêm os níveis
séricos normais mediante sua habilidade de filtrar, reabsorver e excretar
potássio sob a influência da aldosterona.
Hipercalemia é a elevação da concentração plasmática de
potássio, independente do conteúdo do potássio corporal total. Resulta de uma
variedade de causas: súbito aumento da ingestão oral ou intravenosa, grave
traumatismo tissular, radbomielose, acidose aguda e algumas acidoses crînicas,
doença de Addison não-tratada, após infusão hipertônica de manitol, ação do
glucagon, uso de certos diuréticos e penicilina G potássica.
Sinais e
sintomas: vômitos, distenção abdominal, íleo paralítico, redução ou ausência de
reflexos, parestesias, paralisias musculares, confusão mental, arritimia.
Hipocalemia: baixa concentração de
potássio, independente do teor de potássio corporal total, associada
freqüentemente à alcalose e hipocloremia; entretanto a concentração plasmática
pode cair sem qualquer modificação no balanço externo, como se observa na
alcalose, no tratamento com insulina e estimulação com receptores
beta-adrenérgicos. Na hipocalemia são observados sintomas como vômito,
distensão abdominal, íleo paralítico, redução ou ausência de reflexos,
parestesia, dispnéia, polidipsia, hipotensão, dilatação cardíaca, arritmia e
coma.
Fontes: em geral, frutas (banana, abacate, melão, manga, papaia, frutas secas)
hortaliças (alcachofra, brotos de bambu, espinafre, batata doce, inhame,
acelga, abóbora, tomate), carne fresca e produtos de laticínio são boas fontes
do potássio.
Recomendações: 1600 a 2000mg por dia para o adulto.
Curiosidades quando
a pessoa esta com insuficiência renal a concentração de potássio está alta, pois a maior parte de potássio é
excretado na urina.
4 - Enxofre (S) - é encontrado no organismo como constituinte de três aminoácidos:
cistina, cisteína e metionina, e de muitas outras moléculas orgânicas. É um
macromineral essencial que penetra no organismo sob duas formas: orgânica e
inorgânica. Está presente em todas as células do organismo, representando 0,25%
do pelo corporal, principalmente nos locais ricos sem aminoácidos sulfurados,
como pele, unhas e cabelo.
Função: tem função plástica, pois concorre para a reparação de tecidos e
construção de outros. Além de estar presente nas moléculas protéicas, o S está
envolvido na formação do coágulo, no mecanismo de transferência de energia e
como parte de algumas vitaminas. Também é necessário na formação de mucoproteínas.
Metabolismo: o enxofre liberado do
metabolismo das proteínas alimentares é convertido em sulfatos inorgânicos e
armazena-se nos ossos, músculos e cérebro.
Excreção: o enxofre é excretado pela
urina (80%), unhas, cabelos e bile.
Hiper
Hipo:
Fontes: as maiores fontes são representadas por proteínas contendo metionina e
cistina. É encontrado na carne bovina, de carneiro, de frango, peixe, ovo de
galinha, bacalhau, camarão, couve, mostarda, alho, feijão, lentilha, etc.
Recomendações: segundo a literatura, até o momento, não existem evidências conclusivas
sobre a quantidade recomendada de ingestão de enxofre.
Curiosidades
5 - Sódio (Na) - é o íon de carga positiva encontrado em maior teor nos líquidos
extracelulares do organismo humano. Seu teor no organismo gira em torno de 1%
do peso corporal.
Função: como o íon predominante do fluido extracelular, o sódio regula o seu
volume e o volume do plasma sangüíneo. Também auxilia na condução de impulsos
nervosos e no controle da contração muscular.
Metabolismo: o equilíbrio do sódio é regulado pela aldosterona.
Excreção: o sódio é rapidamente absorvido do intestino e transportado para os
rins, onde é filtrado e retorna para o sangue para manter níveis apropriados. A
quantidade absorvida é proporcional ao consumo. Normalmente, a quantidade
ingerida de sódio é excretada diariamente é igual à quantidade ingerida.
Hipermineronemia é
definida com uma concentração aumentada de sódio na água plasmática. Embora a
hiponatremia possa não ser acompanhada por hiposmolalidade, hipernatremia é
sempre associado com uma osmolalidade plasmática efetiva aumentada e portanto
com volume celular reduzido. Contudo, o volume extracelular na hipernatremia
pode ser normal, diminuído ou aumentado. É causada por perda de água, ganho de
sódio ou ambos. A perda de água poderia ser devida a perda aumentada ou
ingestão reduzida, e o ganho de sódio é devido a ingestão aumentada ou a
excreção renal reduzida. Perda aumentada de água pode ocorrer através do rim,
do trato gastrintestinal. Ingestão reduzida de água ocorre mais comumente em
pacientes em coma ou naqueles com mecanismo de sede defeituoso. O tratamento se
dá pela adição de água ou remoção de sódio. A escolha depende do conteúdo de
sódio e água corporais. Se depleção de água for a causa, sódio tem que ser
removido
Hipomineronemia a
causa redução espúria na concentração séria de sódio causada por um erro
sistemático na medição. As causas comuns incluem hiperlipidemia,
hiperproteinemia ou viscosidade aumentada do plasma. O erro na medição na
pseudo-hiponatremia resulta da diluição da amostra. Medições do sódio sérico
com fotômetro de chama podem resultar nesse tipo de erro porque a amostra
sempre é diluída nessas medições. O mesmo erro também ocorre mesmo com um
método de eletrodo íon específico, se a amostra for diluída. Na
pseudo-hiponatremia, a osmolaridade plasmático, que costumeiramente é medida
sem diluição é normal.
Entretanto
uma baixa concentração plasmática de sódio com uma osmolalidade plasmática
normal não indica necessariamente a presença de pseudo-hiponatremia, pode ser
acompanhada por uma osmolalidade plasmática normal em virtude de hiperglicemia,
azotemia ou a presença de manitol ou álcool. Em estados hipergamaglobulenêmicos
como mieloma múltiplo, o sódio sérico é
falsamente baixo por causa do deslocamento da água sérica pelas y-globulinas,
mas por outro lado, a concentração de sódio também é verdadeiramente baixa
porque as cargas catiônicas nas
y-globulinas deslocam sódio para manter a neutralidade elétrica. Um mecanismo
de pseudo-hiponatremia não muito apreciado é a hemólise in vitro uma
causa bem conhecida de pseudo-hipocalemia. Visto que a lise celular não altera
a osmolalidade do plasma, qualquer elevação no potássio sérico deve ser
equilibrada por uma diminuição recíproca no sódio sérico. Contudo, a redução no
sódio s´rico pela hemólise é um pouco maior que o aumento no potássio sérico,
por um fator de 1,3 porque a hemoglobina liberada dos eritrócitos causa redução
adicional no sódio sérico como na hiperproteinemia.
O estado
clínico associados com volume arterial
efetivo reduzido tais como insuficiência cardíaca congestiva e cirrose do
fígado é causada por uma combinação de apresentação reduzida de líquido ao
néfron distal e secreção aumentada. Restrição de sal e diuréticos aumentam a
gravidade da hiponatremia. Secreção deADH ocorra inapropriadamente ou
apropriadamente.
A presença
de uma baixa concentração plasmática de sódio e osmolalidade normal sugere
pseudo-hiponatremia, mas não a confirma. Por coincidência, hiponatremia
verdadeira pode ser acompanhada por uma alta concentração de uréia ou álcool,
resultando em osmolalidade normal. Uma prova mais direta é a demosntraçao de
uma concentração normal de sódio usando um eletrodo sódio-específico ou a
demonstração de conteúdo de água reduzido no plasma.
O
tratamento se dá por adição de sódio ou por remoção de água. Sal é dado aos
pacientes com hiponatremia originada de deplação de sal. Água é removida nos
estados hipontrêmicos com o conteúdo normal ou aumentada de sódio corporal.
Fontes: a principal fonte de sódio é o cloreto de sódio ou sal de mesa comum. O
sódio é muito espalhado na natureza e ingressa no organismo através dos
alimentos.
Recomendações: as necessidades mínimas reais de Na não são conhecidas, mas estimadas em
200mg/dia.
Curiosidades o
consumo exagerado do sódio pode levar ao aumento da pressão arterial, tendo
como complicação doenças como acidente vascular cerebral.
6 - Cloro (Cl-) - é o íon negativo que apresenta maior concentração,
sendo encontrado predominantemente nos líquidos extracelulares e também dentro
das células.
Função: regulação da pressão osmótica, participa no equilíbrio ácido-basico,
acarreta a acidez necessária para a digestão no estômago e para a ativação de
enzimas.
Metabolismo:
Excreção: o cloro é absorvido de forma rápida no trato gastrintestinal e a
excreção é feita principalmente pela via renal como ânion cloreto associado a
um cátion, o sódio. Também é excretado em pequenas quantidades pelas fezes,
assim como pelo suor.
Hipercloremia: aumento da concentração plasmática do cloro, geralmente acompanhada de
acidose; há necessidade de distúrbio tubular renal com incapacidade de excretar
ácido titulável e pH baixo. Mais comum em idosos e prostáticos. Há aumento do
peso corporal
Hipocloremia: redução da concentração plasmática de cloreto, freqüentemente associada
em alcalose e hipocalemia. Causas: perda de cloreto pelo suco gástrico por
vômitos, insuficiência renal, diuréticos.
Fontes
Recomendações: apresenta
grande importância clínica na terapêutica de perturbações gastrintestinais,
como nos vômitos e diarréia em que se acha diminuído, o que contribui para o
agravamento das complicações da alcalose hipocloremica, nos estados clínicos
acarretados pela desidratação, quando a reposição de cloreto de sódio e água é
essencial, alem de outros eletrólitos.
Curiosidades é
um dos íons mais importante na regulação da pressão osmótica, pois o cloro
ionizado, juntamente com o sódio, mantém o balanço aquoso.
7 - Magnésio (Mg) - é o segundo cátion intracelular mais abundante (após o potássio)
no corpo. O organismo do ser humano adulto contém aproximadamente 20 a 28g de magnésio, dos
quais cerca de 60% se encontram nos ossos, 26% nos músculos e o restante nos
tecidos moles e fluidos corporais.
Função: a principal função do magnésio é estabilizar a estrutura do ATP nas
reações enzimáticas dependentes do ATP. O magnésio é um co-fator para mais de
300 enzimas envolvidas no metabolismo de componentes alimentares e na síntese
de muitos produtos. Entre as reações que necessitam de magnésio estão a síntese
de ácidos graxos e proteínas, a fosforilação da glicose e seus derivados na via
glicosídica e as reações da transcetalase.
Metabolismo: observação
feita durante estudos experimentais e durante deficiência clinica são as bases
desse esquema das alterações durante a deficiência e a repleção. O fator
iniciador parece ser uma falha do intercambio heteriônico normal de cálcio
ósseo por magnésio na superfície mineral óssea lábil. A administração de
magnésio adequado, as concentrações séricas de magnésio elevaram rapidamente,
presumivelmente com troca heteriônica aumentada de cálcio, mas com pouca ou
nenhuma alteração detectável no cálcio circulante nessa fase inicial circulante
nessa fase inicial.
Excreção: o magnésio pode ser absorvido ao longo de toda a extensão do intestino
delgado, mas a maior parte da absorção ocorre no jejuno. Os rins controlam o
equilíbrio de magnésio pela conservação eficiente do mesmo, quando a ingestão é
baixa.
Hipermagnesemia: comumente é devida à insuficiência renal aguda e crônica. O uso de sulfato
de magnésio como catártico em pacientes com função renal deficiente pode
acarretar toxicidade grave, assim como a ingestão de antiácidos contendo
magnésio.
Hipomagnesemia: esse mineral é armazenado nos ossos. Estados carenciais primários são
raros. Encontrada algumas vezes quando se faz suporte nutricional artificial.
Ao nascer, o corpo humano contém cerca de 500mg de Mg, sendo que o organismo
adulto chega a ter cerca de 40g, sendo 24 nos ossos.
Fontes: as principais fontes
alimentares são: hortaliças, legumes, alimentos do mar, castanhas, cereais e
produtos lácteos. Também é encontrado na água potável na proporção de 1 para
16ppm.
Recomendações: a ingestão recomendada de Mg varia entre 280 e 350mg/dia .
Curiosidades: a
baixa de magnésio ocorreu em crianças com ingestões alimentares inadequadas em
associação com má absorção, vômito e ou diarréia persistente e infecção. O magnésio sérico foi constatado baixo em uma
proporção importante dessas crianças em vários estudos na África, enquanto em
um estudo na América central 50% dos valores de magnésio sérico estavam abaixo
que o normal.
MICROMINERAIS: os microminerais, também denominados elementos-traços, apresentam-se
ligados a outros compostos nos tecidos corporais, sendo necessários em pequenas
quantidades diárias (miligramas (mg) ou microgramas (µg) para manter a
normalidade do metabolismo e funcionamento das células.
Os minerais ultratraços são aqueles cuja necessidade é menor do que 1
µg/g. há evidências de que os elementos ultratraços são essenciais, mas não se
definiu claramente sua importância nutricional para o ser humano.
1 - Ferro (Fe) com
exceção de algumas espécies de Lactobacillus, todos os seres vivos necessitam
de ferro. Como o ferro existe em abundância na crosta terrestre, a sua absorção
é dificultada como mecanismo protetor da intoxicação celular pelo excesso desse
elemento. A maior parte do ferro corporal está ligada à hemoglobina no sangue
ou à mioglobina nos músculos; outra parte está ligada a enzimas no interior de
cada célula do organismo. O ferro não-funcional está armazenado no fígado, no
baço, na medula óssea ou na circulação sangüínea.
Função: elemento estrutural do grupo heme na hemoglobina, proteína responsável
pelo transporte do oxigênio e do gás carbônico no sangue. Quando o sangue passa
pelos capilares pulmonares, o oxigênio presente nos alvéolos se liga à
hemoglobina das hemácias que serão distribuídas por todo o corpo. Na circulação
arterial a hemoglobina libera o oxigênio que se difunde para fora das hemácias
e daí para os tecidos adjacentes.
Metabolismo: nos
seres humanos, a quantidade total de ferro no corpo varia com o peso, a
concentração de hemoglobina, o sexo e o tamanho do compartimento de armazenamento. O tamanho da concentração do ferro armazenado, no qual o ferro está
contido na ferretina e na hemossiderina, também é acentuadamente influenciado
por idade, sexo, tamanho corporal e se houve perda excessiva de fero (hemorragia, gravidez) ou sobrecarga de ferro (hemocromatose),
mulheres e crianças as vezes tem muito pouco ferro armazenado.
Excreção: o ferro não é excretado na urina normal, sendo em grande parte
reaproveitado. Dessa forma, a necessidade individual de ferro deve ser aquela
suficiente para repor a perda nas fezes, no suor, nos cabelos e na descamação
da pele, além daquela que ocorre na menstruação normal e na transferência
placentária da mãe para o feto.
Hiper: uma carga
corporal excessiva de ferro pode ser produzida pela absorção maior que o normal
do canal alimentar, por injeção parenteral ou por uma combinação de ambos. O
ferro em excesso é depositado predominantemente como hemossiderina em células
parenquimatosas de certos tecidos. O ferro administrado parenteralmente, dado
geralmente sob a forma de sangue transfundido, acumula geralmente sob a forma
de sangue transfundido, acumula predominantemente nas células
reticuloendoteliais onde os cretrócitos transfundidos são finalmente destruídos
e sua hemoglobina é degradada.
Hipo a insuficiência calórica, manifestado na fome,
escassez de víveres e inanição parece constituir o problema nutricional
dominante. A deficiência de ferro, que afeta estimados 40% da população mundial
prevalecendo a anemia em uma prospera comunidade, em grande parte de classe
media, predominantemente branca. Anemia não é indicador cessível da prevalência
de deficiência de ferro
Fontes: uma alimentação balanceada, com alimento de diversos grupos, contém
entre 10 e 20mg de ferro (5-7mg de ferro/1000kcal). O ferro presente nas carnes
vermelhas e vísceras de animais é biologicamente mais disponível, por ser
ligado ao heme e absorvido diretamente pelas células da mucosa intestinal, após
proteólise da mioglobina ou da hemoglobina. De forma geral, os vegetais são
ricos em ferro, embora a presença de outros compostos, como fibras alimentares,
fitatos e oxalatos tornem o ferro menos absorvível pelo intestino humano.
O cozimento dos alimentos aumenta a absorção do ferro, devido ao efeito
do calor na quebra de suas ligações com outros compostos orgânicos.
Na presença de glicose, frutose, alguns aminoáidos e ácido ascórbico,
que reduzem o íon férrico ao estado ferroso, a absorção do ferro será
aumentada. Esse efeito justifica o uso de ferro quelado (por exemplo com
aminoácidos) e a orientação de ingerir sulfato ferroso com sucos de frutas
cítricas, ricos em ácido ascórbico, para otimizar a absorção do ferro na
prevenção e no tratamento da anemia.
O ferro contido no ovo (gema), melado, banana, cereja é 100%
aproveitado; o ferro do feijão cozido é cerca de 80% aproveitado; e o da carne,
apenas 20%. O agrião e o espinafre apresentam um aproveitamento de ferro de
68%.
Recomendações: adultos normais perdem cerca de 1mg de ferro/dia, devendo portanto
absorver a mesma quantidade na alimentação. A mulher adulta com menstruação
normal requer 1,5 a
2mg de ferro/dia e as gestantes 3mg de ferro/dia. As necessidades dos
indivíduos em fase de crescimento variam entre 0,6mg (lactentes com menos de 6
meses) e 1,2 mg (adolescentes).
Curiosidades: a
hemocromatose hereditária é um erro inato do metabolismo, relativamente comum, recessivo
autossômico, acumulação lentamente progressiva do metal durante toda a vida.
2 - Zinco: (Zn) as maiores concentrações corporais estão na musculatura esquelética
(57%), ossos (29%), pele (6%) e fígado (5%), mas as secreções e fluidos
corporais também contêm zinco.
Funções:
- estruturais – é altamente
concentrado em determinadas áreas cerebrais, retina, fígado, rins, próstata,
músculos, cabelos e ossos. O zinco funciona como detrminante da forma e
disposição espacial de enzimas e proteínas, assim como na estabilização de
certas proteínas ligadas ao DNA.
- enzimáticas: aproximadamente 300 enzimas requerem zinco para sua
atividade, dentre as quais centenas de nucleoproteínas que estão envolvidas na
expressão gênica.
- regulatórias: o zinco é captado ativamente pelas vesículas sinápticas,
atuando na atividade neuronal e na memória. É um fator de crescimento
necessário para a síntese protéica, replicação dos ácidos nucléicos, divisão
celular, metabolismmo da somatomedina, modulação da prolactina, ação da
insulina e hormônios do timo, tireóide, suprarenal e testículos. É necessário
para o funcionamento adquado de linfócitos e fibroblastos, o que o torna
essencial na defesa imunológica e na cicatrização.
Metabolismo: a quantidade de zinco absorvido da alimentação constitui a principal
forma de seu controle corporal. É absorvido ao longo de todo o intestino
delgado particularmente no jejuno, através da mediação de carreadores
localizados na borda “em escova” do enterócito (atuante para baixas
concentrações luminais de zinco) e de difusão passiva. O zinco liga-se à
metalotioneína citoplasmática, podendo ser usado pelo enterócito ou passar para
a a circulação portal, onde é transportado pela albumina. Eventualmente o zinco
é perdido nas fezes, junto aos enterócitos descamados na renovação celular da
mucosa. Basicamente a quantidade de zinco corporal é mantida constante no
indivíduo adulto pela eficiência da absorção intestinal e pelas perdas fecais de
zinco excretado nas secreções digestivas e na descamação do epitélio da mucosa
intestinal. A absorção do zinco aumenta quando seus níveis corporais começam a
diminuir e vice-versa.
Excreção: o zinco é absorvido e transportado ao fígado pela albumina e daí para
outras vísceras, principalmente ligado à albumina, aminoácidos, ou à α2-macroglobulina; a principal forma de eliminação do
zinco corporal é pelas fezes, mesmo após longo período de dieta sem zinco, a
excreção fecal atinge aproximadamente 1mg/dia. Em condições normais, apenas
400-600µg de zinco/dia são secretados na urina. Em situações anormais, a
sudorese excessiva ou as perdas sangüíneas também podem ser importantes.
Hiper: a ingestão de quantidades tóxicas de zinco (100 a 300mg/dia) é rara, mas
sabe-se que a suplementação excessiva com zinco interfere na absorção de cobre.
Uma forma de toxicidade por zinco desenvolve em pacientes que estão recebendo
hemodiálise para insuficiência renal. A toxicidade é caracterizada por anemia,
febre e distúrbios do sistema nervoso central. (Mahan, 2005).
Hipo: a deficiência do zinco é causada por uma dieta rica em cereais não
refinados e pães não fermentados, que contêm altos níveis de fibra e fitato, os
quais se quelam com o zinco no intestino e impedem a absorção. Além de anemia,
outros sintomas da deficiência de zinco são: hipogeusia (menor acuidade do
paladar), cura demorada de ferimentos, alopecia e diversas formas de lesões de
pele. A deficiência de zinco adquirida pode ocorrer como resultado de má
absorção, inanição ou aumento de perda por via urinária, pancreática ou outras
secreções exócrinas (Mahan, 2005).
Fontes: as principais fontes alimentares de zinco são as carnes bovinas, de
frango e peixe, camarão, ostras, fígado, grãos integrais, castanhas, cereais,
legumes e tubérculos. Frutas, hortaliças e outros vegetais em geral são fontes
pobres em zinco. A
interação do zinco com outros nutrientes da alimentação pode aumentar ou
diminuir sua absorção.
Recomendações: o ser humano requer zinco em quantidades suficientes para manter o
funcionamento adequado do organismo, além de seu crescimento, reprodução e
lactação.
Curiosidades: as
doenças do trato gastrintestinal freqüentemente são complicadas por deficiência
de zinco. A ruptura de integridade do trato gastrintestinal reduz a absorção
anormal do zinco.
3 - Cobre: (Cu) o organismo humano contém cerca de 75-150mg de cobre, que se
distribuem pelo fígado, ossos, coração, rins e sistema nervoso, sendo pequena a
quantidade encontrada no plasma em combinação com proteínas. O cobre é um
micronutiente essencial encontrado normalmente no sangue.
Funções: por suas ações bioquímicas, o cobre é essencial para o funcionamento
adequado dos mecanismos de defesa imunológica, para a manutenção de leucócitos
e hemácias, o transporte de ferro, o metabolismo da glicose e do colesterol, a
contractalidade miocárdia e o desenvolvimento cerebral, além da formação e
resistência óssea e crescimento e desenvolvimento das crianças.
Metabolismo: a absorção do cobre ocorre no intestino delgado. A entrada na superfície
da mucosa é pela difusão facilitada e a saída na membrana é por transporte
ativo, porém a difusão facilitada também pode ocorrer. Dentro das células
intestinais de absorção, os íons cobre estão ligados à metalotioneína com
afinidade maior que ao zinco ou outros íons.há evidências de que a quantidade
de cobre absorvido é regulada pela quantidade de metalotioneína nas células da
mucosa. A fibra e o fitato, conhecidos por afetar a biodisponibilidade de
vários minerais, podem inibir levemente a absorção de cobre.
Excreção: Uma vez no trato gastrointestinal, o cobre se torna parte do pool que
pode ser reabsorvido ou excretado, dependendo da necessidade corporal desse
mineral.
Hiper: a toxicidade de cobre pelo consumo de alimentos é considerada
impossível, porém a toxicidade por suplementação excessiva ou por sais de cobre
utilizados na agricultura já foi relatada. A cirrose hepática geralmente se
desenvolve por ingestões tóxicas e também ocorrem anormalidades na formação de
hemácias.
Hipo: a deficiência de cobre é caracterizada por anemia , neutropenia e
anormalidades esqueléticas, especialmente desmineralização. Também pordem
ocorrer outras alterações: hemorragias subperiosteais, despigmentação do cabelo
e pele e formação de elastina defeituosa.
Fontes:
Recomendações: 0,9mg/dia para adolescentes e adultos de ambos os sexos. A ingestão de
cobre deve variam entre 200-220 µg/dia para bebês e entre 340-440 µg/dia para
crianças pequenas. Os bebês prematuros nascem com baixas reservas de cobre e podem
necessitar de cobre da dieta adicional durante seus primeiros meses de vida.
Curiosidades: a Doença de Wilson (degeneração hepatolenticular)é caracterizada por
acúmulo de cobre em excesso nos tecidos corporais, como olhos, como resultado
de deficiência genética na síntese hepática de ceruloplasmina. Uma dieta
estrita vegetariana pode ser benéfica no tratamento de pacientes com Doença de
Wilson, devido ao baixo teor de cobre em frutas e vegetais.
4 – Micromineral: Iodo é elemento ultra-traço (em razão de suas pequenas quantidades em tecidos
humanos, instrumentação analítica especial e laboratórios modernos para análise
de rotina), mineral não essencial, encontrado no corpo em pequena quantidade e
medido em
microgramas. Tem um papel essencial nos tecidos humanos. O
corpo normalmente contém 20-30mg de iodo, com mais de 75% na glândula tireóide
e o resto distribuído em todo o corpo. A necessidade dietética do iodo é para
síntese de hormônios tireóideos.
Função: o iodo é armazenado na glândula tireóide, onde é usado na síntese de
triiodotironina e tireoxina. A captação dos íons iodeto pelas células da
tireóide pode ser inibida por bociogênicos.
Metabolismo: o iodo é absorvido na forma
de iodeto. Na circulação é encontrado livre e ligado à proteína, porém o iodo
ligado predomina.
Excreção: a excreção se dá pela urina, mas pequenas quantidades são encontradas
nas fezes como resultado de secreção biliar.
Hiper: a ingestão excessiva a longo prazo pode desenvolver o bócio, distúrbio
tireóideo. Mas este papel do iodo ainda não está muito esclarescido.
Hipo: a deficiência de iodo foi praticamente eliminada em muitas nações
ocidentais com a iodação do sal. Deficiência grave de iodo durante a gestação e
crescimento pós-natal inicial resulta em cretinismo em bebês, síndrome
caracterizada por deficiência mental, diplegia espástica ou quadriplegia,
surdo-mudez, disartria, um modo característico de andar arrastando os pés,
pequena estatura e hipotiroidismo. Esta síndrome pode manifestar com variações
menos graves como retardo moderado na maturação intelectual ou neuromotora.
Fontes: água potável, frutos do mar, ostras, sardinhas são as fontes mais ricas.
Peixes de água doce em menor quantidade. Leite de vaca e ovos, dependem do teor
de iodetos da dieta dos animais. E nas hortaliças varia de acordo com o tipo de
solo em que elas cresceram.
Recomendações: a ingestão recomendada para adultos e adolescentes se de 150 µg/dia.
Para grávidas é de 220 µg/dia e para lactantes é de 290 µg/dia. Para bebês até
6 meses, 110 µg/dia e para crianças, entre 90 e 120 µg/dia.
Curiosidades: os bociogênicos, substâncias encontradas naturalmente nos alimentos,
podem causar também bócio por bloquear a captura de iodo do sangue pela células
da tireóide. Alimentos que contêm bociogênicos: repolho, nabo, sementes de
couve, amendoins, mandioca, batata-doce, algas de grande porte e soja. Os
bociogênicos são inativados por aquecimento ou cozimento.
5 – Selênio: o selênio teve atenção despertada pela descoberta de um potente e
metabolicamente ativo constituinte do composto denominado “fator 3”, que foi observado como
protegendo o fígado contra a inflamação gordurosa e necreose. A ação do selênio
parece estar relacionada com a vitamina E, com as duas substâncias agindo
sinergicamente na cura da doença hepática e de certas afecções musculares
produzidas experimentalmente.
Função: impede lesões ocasionadas
pelos peróxidos oriundos da oxidação dos lipídios, parecendo agir como um
co-fator em sistemas enzimáticos relacionados com a oxidação celular.
Metabolismo: a absorção do selênio ocorre
no segmento superior do intestino delgado, é mais eficiente sob condições de
deficiência.
Excreção: o aumento da ingestão de selênio resulta em excreção aumentada na urina.
Hiper: os sinais de toxicidade, conhecidos como selenose, incluem alterações
cutâneas e das unhas, cárie dental e anormalidades neurológicas.
Hipo: a deficiência de selênio é rara em populações de todo o mundo. A
deficiência só foi relatada em regiões da China: a doença de Keshan, forma de
miocardiopatia que afeta principalmente crianças e mulheres. Outra doença, a
Doença de Kashin-Beck, é comum em pré-adolescentes e adolescentes. Inicialmente
envolve rigidez simétrica, inchaço e freqüentemente dor nas articulações
interfalangianas dos dedos das mãos, seguida de osteoartrite generalizada, na
qual cotovelos, joelhos e tornozelos também são acometidos. Estas duas doenças
ocorrem em regiões onde o teor de selênio no solo é muito baixo. Ingestões
deficientes de selênio também podem contribuir para a carcinogênese.
Fontes: a concentração de selênio nos alimentos vegetais depende do teor de
selênio do solo e água onde foram cultivados. As principais fontes são:
castanhas do Pará, frutos do mar, rins, fígado, carne vermelha e aves; frutas e
vegetais são pobres em teor de selênio.
Recomendações: 55 µg/dia para homens, mulheres e adolescentes (de 14-18 anos), 20-30µg/dia
para crianças e 15-20µg/dia para bebês. Durante a gravidez é 60 µg/dia e
lactação, µg/dia.
Curiosidades: a
importância do selênio em nutrição humana foi mostrada em 1979, quando
cientistas chineses relataram que a suplementação de selênio prevenia o
desenvolvimento de um miocardiopatia conhecido como doença de Keshan em
crianças.
6 – Cobalto (Co): o cobalto é um componente da vitamina B12. Essa vitamina é
essencial para a maturação das hemácias e para a função normal de todas as
células.
Função: além de ser componente da
vitamina B12, uma enzima, a metionina aminopeptidase, precisa do cobalto.
Metabolismo: o
estudo do metabolismo do cobalto tem sido realizado graças sobre tudo ao seu
isótopo radioativo, usado como o traçador metabólico cerca de 40% e absorvido e
os restos eliminados nas fezes.
Excreção: principal via de excreção é a
urina, mas pequenas quantidades são excretadas nas fezes, suor e cabelo.
Hiper: é
encontrado no fígado e o aumento do consumo pode trazer lesão hepática. não há
relato de toxidade no homem, pois sua quantidade na dieta geralmente está
abaixo do ter para possivelmente causar efeitos tóxicos.
Hipo por ser um
elemento fundamental para a produção da vitamina B12, a baixa produção pode
trazer deficiência dessa vitamina e anemia perniciosa.
Fontes: tecido
e vísceras de animais, e leite.
Recomendações a
recomendação não é estabelecida.
Curiosidades:
7 –Cromo: o
cromo acha-se relacionado com o metabolismo da glicose.
Função: o cromo potencializa a ação da
insulina e, como tal, influencia o metabolismo dos carboiidratos, lipídios e
proteínas.
Metabolismo: As formas orgânica e inorgânica do cromo são absorvidas de maneira
diferente. O cromo orgânico é prontamente absorvido, porém rapidamente
eliminado do corpo. Menos de 2% do cromo consumido é absorvido. O cromo
orgânico é excretado pela bile.
Excreção: a
maior parte do cromo ingerido é excretada nas fezes. Em estudos de balanço
recuperaram uma media de 98% do cromo dietético nas fezes. A excreção pela bile
não parece ser um contribuinte importante para o cromo fecal. A excreção
urinaria aumentou quatro vezes após uma dose suplementar de cromo. O aumento da
excreção de cromo induzida por estresse pode ser um fator importante para
exacerbar deficiência de cromo. Em paciente que sofreram traumatismo físico
excretaram na urina mais cromo que o normal.
Hiper: a toxicidade a partir dos alimentos
não foi registrada.
Hipo: deficiência em cromo resulta em
resistência à insulina e algumas anormalidades lipídicas.
Fontes: o levedo de cerveja, ostras,
fígado e batatas possuem altas concentrações de cromo. E frutos do mar, grãos
integrais, queijos, frango, carnes e farelo possuem concentrações médias.
Laticínios, frutas e vegetais são pobres.
Recomendações: 25-35 µg/dia para o sexo
masculino a partir de 9 anos de idade, 21-25 µg/dia para o sexo feminino na
mesma faixa etária e crianças de 1-8 anos, 11-15 µg/dia.
Curiosidades: o
cromo é um elemento com predileção pelo osso, e sua captação no osso parece ser
rápida.
8 –Manganês: nutricionalmente,
o manganês é um elemento muito importante em vários sistemas enzimáticos,
constituindo uma parte da enzima arginase, relacionada com a formação da uréia,
funcionando como catalisador na síntese dos muco polissacarídeos das
cartilagens.
Função: o manganês é componente de muitas enzimas, está associado à formação de
tecidos conjuntivo e esquelético, crescimento, reprodução e metabolismo de
carboidratos e lipídeos.
Metabolismo: é absorvido no intestino delgado
Excreção: o
manganês é quase totalmente excretado nas fezes, apenas quantidades traços são
encontradas na urina. A excreção do manganês absorvido para dentro do tubo
digestivo é rápida e aparentemente ocorre em duas ondas. A primeira onda
resulta da remoção do manganês absorvido inicialmente, a segunda, representa
uma combinação de manganês inicialmente absorvido e aquele originada da
circulação enteroepática.
Hiper: toxicidade já ocorreu com mineradores como resultado de absorção do
manganês pelo trato respiratório. O excesso se acumula no fígado e SNC, produz
sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson.
Hipo: os sintomas de deficiência de manganês são: perda de peso, dermatite
temporária e, ocoaionalmente, náusea e vômito, uma alteração na cor do cabelo e
crescimento lento de cabelo e pêlos.
Fontes: fontes mais ricas são os grãos integrais, leguminosas, nozes e chá. As
frutas e hortaliças são fontes moderadas. Os tecidos animais, frutos do mar e
laticínios são fontes pobres. Quantidades relativamente altas ocorrem no café e
chás instantâneos.
Recomendações: 2,3mg/dia para homens e 1,8mg/dia para mulheres. Para crianças a partir
de 9 anos de idade, 1,9-2,2mg/dia para meninos e 1,6mg/dia para meninas. Para
crianças menores, 1,2-1,5mg/dia, dependendo da idade.
Curiosidades: os
sinais de deficiência de manganês incluem crescimento prejudicado,
anormalidades esqueléticas, função reprodutiva perturbada ou deprimida, ataxia
do recém nascido e defeitos no metabolismo dos lipídios e carboidratos.
9 –Molibdênio micronutriente essencial.
Função: a xantina oxidase, aldeído
oxidase e sulfito oxidase, todas as enzimas que catalisam as reações de
oxidação-redução e necessitam de um grupo prostéico que contenham molibdênio.
Metabolismo: é absorvido no estômago e
intestino delgado, por dois mecanismos: mediado por carreador e por difusão
passiva.
Excreção: é excretado na urina e na
bile.
Hiper: uma ingestão excessiva, 10-15 µg/dia,
está associada a uma síndrome semelhante à da gota.
Hipo: a deficiência não foi estabelecida
para seres humanos, exceto os tratados com NPT, cujos sintomas são alterações
mentais e anormalidades do metabolismo de enxofre e purina.
Fontes: é distribuído de forma ampla
nos alimentos normalmente consumidos, como leguminosas, cereais de grãos
integrais, leite e seus derivados, vegetais folhosos verdes.
Recomendações: 43-45 µg/dia para adolescentes
e adultos de ambos os sexos.crianças, dependendo da idade, 43-45 µg/dia.
Curiosidades: o
molibdênio é um elemento de transição que altera facilmente seu estado de
oxidação e assim é capaz de atuar como um agente de transferência de elétrons
em reações de oxidação-redução.
10 - Flúor: é um elemento natural encontrado em quase toda água potável e solos,
apesar do teor de flúor variar muito em todo mundo. Apesar de não ser
considerado um elemento essencial, sabe-se que esse ânion é importante para a
saúde dos ossos e dentes.
Função: tem efeito benéfico no esmalte dos dentes, conferindo-lhe resistência
máxima à cárie dental, e possivelmente para a hidroxipatita esquelética. Também
atua como agente bacteriano na cavidade oral, servindo como inibidor
enzimático. O flúor não possui necessidade conhecida nas vias metabólicas (Mahan,
2005).
Metabolismo: a
maior parte do flúor absorvido no trato gastrintestinal. A rapidez da absorção
completa ocorre em noventa minutos e confirma que uma parte importante do
fluoreto ingerido é absorvida do estômago também ocorre absorção em todo o
intestino delgado.
Excreção: a
excreção ocorre nas fezes, cerca de 20% do total ingerido.
Hiper: a toxicidade resulta em descoloração dos dentes ou manchas claras, que
não são normalmente visíveis e não têm efeito adverso, exceto em termos
estéticos. Porém, ingestões maiores provocam lascas nos dentes e efeitos
dentais mais graves.
Hipo: como não há funções metabólicas conhecidas para o flúor, não pode haver
uma deficiência verdadeira que resulte em doença.
Fontes: as maiores fontes de flúor são a água potável e os alimentos processados
que foram preparados ou reconstituídos com água fluoretada. Os frutos do mar
também são ricos em flúor, porém o teor do peixe de água doce é menor que
aquele no peixe de água salgada. A recomendação padrão é 1ppm nos suprimentos
de água fluoretada da comunidade. Apesar dos fluoretos serem encontrados em
frutas e outros vegetais, as quantidades, na maioria dos alimentos, com exceção
dos frutos do mar e chá, não são significantes.
Recomendações: para o sexo masculino, 4mg/dia e para o sexo feminino, 3mg/dia.
Dependendo da idade, as recomendações para crianças e adolescentes variam de
2-3mg/dia, e de 0,7 a
1mg/dia para crianças pequenas, entre 1 e 8 anos.
Curiosidades: os alimentos cozidos em panela de Teflon (um polímero que contém flúor)
podem aumentar a ingestão de flúor, apesar de não haver dados científicos
sbstanciais para apoiar esse fato.
Bibliografia
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